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A FOME QUE NÃO É ACIDENTE: Uma Reportagem sobre A DESIGUALDADE QUE O MUNDO INSISTE EM NÃO CURAR

INTRODUÇÃO: O ABSURDO DA CONTRADIÇÃO

Hoje, 5 de maio de 2025, enquanto escrevo estas linhas, o mundo celebra avanços tecnológicos, voos espaciais e inteligência artificial. Mas, paralelamente, 733 milhões de pessoas enfrentam fome aguda , e 2,33 bilhões vivem em insegurança alimentar moderada ou grave . Isso não é um acidente. É um crime de omissão coletiva. Um absurdo que persiste porque, apesar de termos recursos suficientes para alimentar toda a humanidade, escolhemos priorizar lucros, poder e vaidades sobre a dignidade humana.

Como Radialista, jornalista e especialista em comunicação. Comprometido com a verdade, não com agendas que assiste a todo este absurdo por anos, posso afirmar com segurança: a fome não é um problema de escassez, mas de vontade política, ética e redistribuição . Este relatório não poupará críticas, nem mesmo aos que se escondem atrás de discursos “humanitários” para mascarar interesses escusos. A verdade é dura, mas é ela deve ser dita.


PARTE I: A FOME É UM CRIME CONTRA A HUMANIDADE

1.1 Os Números Que Não Mentem

Em 2024, a Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que 1 em cada 11 pessoas no planeta passa fome . No Brasil, 33,1 milhões de brasileiros estão nessa situação, um dado que reflete falhas estruturais e políticas públicas mal executadas 1. Em zonas de conflito como Sudão, Iêmen e Gaza, 1 milhão de crianças sofrem de desnutrição grave , muitas delas condenadas à morte por falta de acesso a alimentos básicos.

A insegurança alimentar moderada ou grave afeta 29% da população global , ou seja, quase 2,3 bilhões de pessoas que não têm acesso regular a alimentos nutritivos. Isso inclui idosos abandonados em aldeias remotas, mulheres que sacrificam suas refeições para alimentar filhos, e refugiados que sobrevivem com migalhas em campos improvisados.

1.2 Grupos Mais Vulneráveis: Quem Paga o Preço da Indiferença

  • Crianças : Em regiões de guerra, são as primeiras vítimas. A falta de leite materno substituído, suplementos nutricionais e acesso a água potável transforma uma criança faminta em um cadáver em semanas.
  • Mulheres : Representam 60% das pessoas com fome , muitas vezes impedidas de trabalhar ou herdar terras por tradições patriarcais.
  • Idosos : Nas áreas rurais da Ásia e África, idosos dependem de colheitas próprias. Quando as safras falham, são os primeiros a serem esquecidos.
  • Refugiados : Dos 117,3 milhões de deslocados globalmente, pelo menos 40% vivem em campos com escassez crônica de alimentos , como os de Bangladesh (Rohingya) e Síria.

1.3 A Guerra Como Fábrica de Fome

Países em conflito são laboratórios de fome. No Sudão , 18 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar; no Iêmen , 17 milhões; e na Ucrânia , 10 milhões estão em áreas afetadas pela guerra. Conflitos não apenas destroem infraestrutura, mas também bloqueiam rotas de ajuda humanitária, criando “ilhas de fome” deliberadamente negligenciadas.


PARTE II: A RIQUEZA QUE NÃO CHEGA

2.1 A Fortuna Global: Um Tesouro Enterrado em Contas Secretas

Enquanto milhões morrem de fome, 3.194 bilionários acumulam US$ 14,2 trilhões . Empresas como Apple, Microsoft e Saudi Aramco somam mais de US$ 5 trilhões em valor de mercado. O PIB global em 2024 foi de US$ 102 trilhões , com EUA, China e UE liderando. Convertendo tudo para reais (R$ 5,30 por dólar), temos:

  • US$ 102 trilhões (PIB global) = R$ 540,6 trilhões .
  • US$ 14,2 trilhões (bilionários + empresas) = R$ 75,26 trilhões 5.

2.2 O Custo de Acabar com a Fome

Estudos da ONU indicam que US$ 45 bilhões/ano seriam suficientes para resolver a fome global. Isso equivale a:

  • 0,04% do PIB global .
  • 0,3% da soma das fortunas dos bilionários e empresas .

Ou seja, menos de 1% da riqueza global poderia erradicar a fome. Mas onde está esse dinheiro? Em fundos de investimento offshore, em luxos inúteis, em guerras que beneficiam poucos.

2.3 A Hipocrisia das Doações

Empresas e governos adoram anunciar doações “humanitárias”, mas a realidade é outra. Programas como o Sprint de Merenda Escolar prometem dobrar o número de crianças alimentadas, mas a execução é lenta e opaca. Já a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza (lançada em 2024) ainda não saiu do papel, presa em burocracias e interesses políticos.


PARTE III: POR QUE NADA MUDA?

3.1 A Corrupção Como Sistema

A fome persiste porque é rentável para alguns. Em países como Venezuela e Sudão, regimes autoritários usam a fome como arma política. Empresas multinacionais exploram trabalhadores em condições análogas à escravidão, enquanto bancos lavam dinheiro de ditadores. A corrupção não é exceção; é regra.

3.2 O Papel Perverso da Política

Muitas iniciativas contra a fome são contaminadas por viés ideológico . O Mercosul, por exemplo, falhou em integrar economias sul-americanas devido à politicagem, deixando milhões em situações vulneráveis 7. Blocos econômicos como a União Europeia priorizam interesses corporativos em vez de políticas sociais globais.

3.3 O Silêncio da Sociedade

A maioria das pessoas ignora a fome porque ela não afeta seus cotidianos. Redes sociais estão cheias de memes sobre celebridades, mas vazias de debates sobre justiça social. Até mesmo movimentos supostamente “progressistas” usam a fome como bandeira retórica, sem propostas concretas.


PARTE IV: SOLUÇÕES QUE EXISTEM, MAS NÃO SÃO IMPLEMENTADAS

4.1 Reformulação da Distribuição de Recursos

A solução é simples: redistribuição de riqueza . Isso incluiria:

  • Impostos progressivos sobre fortunas e heranças.
  • Fim de paraísos fiscais.
  • Investimento em agricultura sustentável e infraestrutura rural.

4.2 Transparência e Responsabilidade

Toda ajuda internacional deve ser auditada por organismos independentes. A ONU, por exemplo, precisa de reformas urgentes para evitar desvios de recursos.

4.3 Empoderamento Local

Iniciativas comunitárias, como cooperativas agrícolas e programas de microcrédito, já provaram eficácia. Basta apoio financeiro e técnico para escalar.


CONCLUSÃO: A HORA DE AGIR É AGORA

A fome não é um problema técnico, mas moral. Temos os meios, mas falta a vontade. Enquanto isso, crianças morrem de fome, idosos são esquecidos, e bilionários acumulam ouro em cofres. Este relatório não é apenas uma denúncia, mas um apelo: não podemos continuar calados diante do absurdo.

FONTE DAS INFORMAÇÕES

  • Dados de fome: Relatórios da ONU, FAO e Banco Mundial (2024).
  • Dados de riqueza: Forbes, Bloomberg e relatórios de PIB global.
  • Contexto político: Análises de blocos econômicos e políticas públicas.

Andrews Stayneer

Radialista, jornalista e especialista em comunicação. Comprometido com a verdade, não com agendas, livre Viés, apartidário.

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